Nos dias
atuais um dos maiores problemas que afligem os países em desenvolvimento são os
males da coluna, situações que contribuem sobremaneira para limitar a vida
ativa de seus habitantes, tornando-as, na maioria dos casos, precocemente
incapacitados para o trabalho e outras atividades de rotina, interrompendo
assim uma existência produtiva e acarretando ônus social para o Estado
(MOMESSO, 1997).
Existem
muitas causas conhecidas de escoliose, podendo ser congênita ou adquirida e
resultar de uma doença ou lesão. Algumas causas envolvem alterações na estrutura
óssea. Entretanto, muitos dos casos de escoliose, as causas não conhecidas,
sendo denominadas idiopáticas (FLORENCE P, 1995).
A
progressão de uma escoliose pode ser vista por alterações devido ao crescimento
esquelético em que ocorre uma retração das partes moles posteriores, que vai
adicionando um desequilíbrio que pode ser estrutural e não estrutural (SALATE,
2003).
De acordo
com Souchard & Ollier (2003), isso não tem causa aparente, podendo
acontecer por distúrbios proprioceptivos e de equilíbrio, como também por
anomalias do tecido de colágeno, dos discos e corpos vertebrais. Concluem
também, estes autores, que na mesma existe uma retração dos transversos
espinhais, principalmente os multifidios, tendo capacidade de produzir rotação
para um lado e látero-flexão para o outro lado.
O caráter
compensatório da escoliose tem sempre uma retração assimétrica dos músculos espinhais
que possuem: Resistência fibroelástica; tônus dos músculos da estática
dependente da nossa ereção antigravitacional e uma função estática de
suspensão. Sua boa tensão depende do equilíbrio e da rotação articular. Possuem
duas forças componentes e uma resultante sobre as vértebras, de modo que, o
disco intervertebral obriga a decomposição das forças nessa musculatura,
gerando uma coaptação dos processos articulares de um lado, enquanto decoapta do
lado oposto. Após certo grau de retração desse músculo constitui-se uma
escoliose tridimensional (SOUCHARD & OLLIER, 2003).
A
escoliose apresenta uma rigidez das partes mole posteriores, levando a um
assincronismo do crescimento dos corpos vertebrais anteriores e posteriores,
induzindo uma rotação, promovendo uma diminuição ou desaparecimento da curva
fisiológica (MIRAMAND, 2001).
De acordo
com Bienfait & Santos (1999), três tipos de tecidos estão envolvidos na
evolução da escoliose: o ósseo, o conjuntivo e o muscular. O crescimento é o
fator que os modifica. Sendo que, o conjuntivo e muscular, são dependentes de
alongamento ósseo, onde não existe uma regra fixa para o mesmo, podendo ocorrer
estirões bruscos. Este mesmo alongamento faz com que todos os músculos
trabalhem sob tensão e se alonguem, aumentando o número de sarcômeros em série,
bem como tensiona o tecido conjuntivo que resiste a esse crescimento ósseo.
Sendo assim, isso leva a um desequilíbrio segmentar, criando-se o que
denominamos de concavidade. Nesse caso, encontramos uma maior tensão do
convexo.
Em geral,
a escoliose envolve a região torácica e lombar. Se ocorrendo tipicamente em indivíduos
destros, há uma leve curva em “S” na torácica direita e lombar esquerda ou uma leve
curva em “C” na toracolombar. Pode haver assimetria nos quadris, na pelve e nos
membros inferiores (KISNER C, 2005).
A
escoliose torácica inicia-se por uma lordose, que é uma inclinação lateral e
uma torção. A escoliose lombar inicia-se por um ângulo ílio-lombar, uma
inclinação lateral, uma cifose lombossacra e uma rotação dos ilíacos. Uma
escoliose de dupla curva equilibrada deve ser considerada como uma escoliose
torácica, com uma contra curvatura lombar de reequilibração que se
estruturalizou progressivamente (SOUCHARD & OLLIER, 2001).
Em estudos
realizados por Fauvy, a escoliose de dupla curva desequilibrada, deve ser considerada
como uma escoliose lombar com ângulo ílio-lombar, acarretando uma contra curvatura
torácica de reequilibração que se estruturalizou progressivamente.
De acordo
com seu grau de mobilidade, Bienfait (1993), apresenta a seguinte classificação
das escolioses: Pré-escoliose (no exame clínico se constatam indícios de uma
escoliose, porém ao RX em posição ortostática não é confirmado); Escoliose de
primeiro grau (ao RX em posição ortostática aparece uma leve flexão lateral sem
rotação ou com uma leve rotação vertebral, ao3 RX em decúbito, a curva
desaparece); Escoliose de Segundo grau: (ao RX em posição ortostática aparece
uma escoliose, ao RX em decúbito ela se acentua, ao RX sob tração ela desaparece);
Escoliose de terceiro grau (não desaparece mesmo em um RX sob tração).
As
escolioses estruturais apresentam “Teste de Adams” positivo (presença de
gibosidade) e na radiografia a rotação vertebral está presente:
A escoliose estrutural envolve uma
curva lateral irreversível com rotação fixa das vértebras. A rotação dos corpos
vertebrais é em direção à convexidade da curva. Na coluna torácica, as costelas
rodam com as vértebras, de modo que haja uma proeminência posterior das
costelas no lado da convexidade vertebral e uma anterior no lado da
concavidade. Durante a inclinação para frente em escoliose estrutural detecta-se
uma giba nas costelas posteriores (KISNER C, 2005).
A
escoliose estrutural ocorre quando existe um comprometimento na estrutura da
coluna com encurtamento lateral, rotação e alterações morfológicas e posturais
das vértebras. Podem ser identificadas radiologicamente e não é susceptível de
ser corrigida ativamente. Apresenta causa variável, cujo quadro clínico e
prognóstico pode variar extremamente. Estão incluídas 90% na escoliose
idiopática e 10% nos demais (TOSHIKO M, 2001).
As causa
mais comuns são: doenças ou distúrbios neuromusculares (como paralisia
cerebral, lesão medular, doenças neurológicas ou doenças musculares
progressivas); distúrbios osteopático (como hemivértebras, osteomalacia,
raquitismo ou fraturas) e idiopática, nos quais, a causa é desconhecida (KISNER
C, 2005).
Ainda,
segundo o mesmo autor, a escoliose estrutural pode causar sérios problemas tais
como:
Fadiga
muscular e distensão ligamentar no lado da convexidade; Irritação de raiz
nervosa no lado da concavidade; Desequilíbrios musculares potenciais;
Diminuição da flexibilidade na musculatura do lado côncavo da curva;
Musculatura alongada e fraca no convexo da curva.
A RPG é
uma técnica de estímulo proprioceptivo, que promove estabilidade corporal, aperfeiçoa
as reações de endireitamento e equilíbrio, considera o sistema
músculo-esquelético como um todo e único. (GOMES et al, 2006) .Tem sido uma das
melhores técnicas para a reabilitação dos desvios posturais, tendo como
característica a contração muscular isométrica, dos músculos estáticos,
presentes nas diferentes cadeias musculares. Dentre as posturas descritas por
Souchard, a postura sentada tem como objetivo fortalecer e alongar toda a
cadeia posterior (MOTA ET al, 2008).
Material na íntegra disponível em: http://www.portalbiocursos.com.br/artigos/ortopedia/25.pdf. Quintelo, Zeida Azevedo, Mejia, Dayana Priscila Maia. Uso do Método do RPG no Tratamento de Paciente de Escoliose Estrutural. Revista Digital Bio Cursos, 2012.
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